sábado, janeiro 31, 2009

Berlinale


A 59ª edição da Berlinale arranca já na próxima semana. O programa, como sempre, é de fazer manha.
Portugal (com “Singularidades de uma rapariga loura”, de Manoel de Oliveira, 2009) e o Brasil (com “Garapa”, de José Padilha, 2008, e “Vingança”, de Paulo Pons, 2008) representam o mundo da língua portuguesa.
De recordar que José Padilha é o Realizador de “Tropa de Elite”, o filme que arrebatou o Urso de Ouro na edição do ano passado.
No geral, certamente que promete o re-encontro com gente da estatura de Andrzej Wadja (Tatarak, 2008), Bertrand Tavernier (In the Electric Mist, 2008), Costa-Gavras (Eden à l`Ouest, 2008), Stephen Frears (Cheri, 2009).
Este ano, as honras da noite de abertura cabem a The International, longa-metragem de 2008, dirigida por Tom Tykwer e que conta com as prestações Clive Owen, Naomi Watts e Armin Muller-Stahl.
Por certo que merece atenção o filme Notorious, de George Tillman Jr. (na foto), jovem Realizador americano (Milwaukee, 1969) que, com esta obra, re-visita B.I.G. (na foto), a célebre estrela do Hip-Hop assassinada a tiro em 1997.
Tillman Jr. realizou Soul Food (em 1997) e Men of Honor(de 2000, com De Niro e Cuba Gooding Jr.).
No elenco do Notorious estão Angela Bassett, Derek Luke e, claro, Jamal Woolard (actor estreante, ele também Rapper, também de Brooklyn e, upppsss, sobrevivente de tiroteio) que “faz de” B.I.G.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Livros:1 ideia do que aí vem


Na Ípsilon vem o texto “O que vamos ler em 2009”, da autoria de Isabel Coutinho, dando conta do que aí vem, ao longo do ano, em termos de edições em português (ou em Portugal, para ser mais preciso).
John Cheever (na foto) é um dos autores que regressam. Desta vez com os “Contos Completos”.



quinta-feira, janeiro 29, 2009

Climáticas

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas terá lugar em Copenhaga, em Dezembro do corrente ano, e vem sendo preparada de molde a que seja um verdadeiro turning point. Acreditar é preciso. Para já, bastante proveitoso é o website que a Dinamarca, enquanto país-hóspede desse evento, acaba de inaugurar. Para uma visita, 1 click no logo.

O adeus

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Grandes em e-book


Juan Goytisolo é um dos grandes da literatura em língua espanhola cujos livros vão estar disponíveis em formato e-book. Nestas “modernidades” já andam obras de gente como Camilo José Cela, Gabriel Garcia Marquez, Miguel Delibes. De notar que pertence à agência literária de Carmen Balcells o projecto Palabras Mayores que visa, justamente, tornar acessível na net obras de autores consagrados das letras em língua espanhola. Mario Vargas Llosa, Julio Cortázar e Juan Marsé são outros contemplados.


Que é isso de e-book (livro electrónico ou livro digital)?
“Um e-book (abreviação inglesa de Eletronic Book) — Livro Electrónico ou Livro Eletrônico, ou Livro-e em Português) — é um livro em formato digital que pode ser lido em equipamentos eletrônicos tais como computadores, PDAs ou até mesmo celulares que suportem esse recurso.Um e-book por ser um método de armazenamento de pouco custo e de fácil acesso devido à propagação da internet nas escolas. Pode ser vendido ou até mesmo disponbilizado para download em alguns portais de internet gratuitos. Os e-books são facilmente transportados em disquetes, CD-ROMs e pen-drives.Foi inventado em 1971, quando Michael Hart digitou a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. Hart foi também o fundador do Projeto Gutenberg, o mais antigo produtor de livros electrónicos do Mundo.”
Fonte: Babylon.com

Adeus,Yolanda Morazzo


Barcos

"Nha terra é quel piquinino
É São Vicente é que di meu"

Nas praias

Da minha infância

Morrem barcos

Desmantelados.


Fantasmas

De pescadores

Contrabandistas

Desaparecidos

Em qualquer vaga

Nem eu sei onde.


E eu sou a mesma

Tenho dez anos

Brinco na areia

Empunho os remos...

Canto e sorrio...

A embarcação

Para o mar!

É para o mar!...


E o pobre barco

O barco triste
Cansado e frio

Não se moveu...

Por: Yolanda Morazzo

Se bem me lembro, tive a honra de conhecer Yolanda Morazzo Lopes da Silva durante os 1ºs Encontros de Poesia de Vila Viçosa, em 1983 (?). Após isso, encontramo-nos algumas vezes. Mas há bastante tempo que não a via. Lembro-me de uma nossa aventura, qual dois detectives improváveis, à procura de um seu anel de estimação que tinha deixado esquecido algures aí na Gulbenkian, tal a balbúrdia que por lá andava aquando do 1º Congresso de Escritores de Língua Portuguesa, em 89. Encontrada essa joia, lá saímos contentes com o sucesso dessa operação de busca e, para espanto nosso, pacientemente aguardava por nós o táxi no qual já estavamos a entrar quando ela, de repente, se apercebeu da falta e dera o alarme. Entristece-me a notícia da morte de Yolanda Morazzo. Mas recordo-a com amizade e muito carinho. E digo-lhe este adeus bem sentido.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Updike

John Updike
1932 - 2009

Renováveis

75 é o número de Estados que subscreveram, ontem, em Bona, o documento fundador da Agência Internacional para as Energias Renováveis, IRENA.
Cabo Verde é um desses signatários.
Tudo indica (mesmo os entusiasmos) que se trata de um instrumento crucial para o tratamento global desta matéria cuja importância a comunidade internacional vai assumindo, pouco a pouco.
Para mais, 1 click no logo acima.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Blog Joint: Ensino Superior ou o desafio da qualidade

Considero meritória esta iniciativa chamada Blog Joint. No essencial, trata-se de uma plataforma de debate, de troca de ideias. É sempre salutar quando há ideias e elas são intercambiadas. Mormente quando a preocupação maior é a de contribuir para o pleno exercício da Cidadania. Neste domínio, quero crer, nunca há pecados por excesso.
Ensino Superior é o tema deste primeiro debate no âmbito do Blog Joint. Pertinente? Com certeza que sim. Desde logo, pelo seguinte: o Ensino Superior, o seu sucesso, é um desafio nacional, e ele só será vencido na medida em que, enquanto tal, for agarrado pela generalidade dos cidadãos. Ou seja, o desafio é político (dos poderes públicos, se se quiser) mas igualmente é um desafio da Cidadania.
Infelizmente, obrigações profissionais levam-me a estar, neste momento, bem longe de casa, envolvido em questões de outra natureza, pelo que não participo neste primeiro debate da forma como gostaria. Com tranquilidade, com mais tempo. Tenho de me limitar a algumas notas soltas. Penitencio-me, desde já, pelas falhas que nelas estarão contidas.

Ora bem. Venho de um tempo em que o acesso ao Ensino Superior estava bem longe de ser complicado. Escassos anos após a Independência Nacional, esse era ainda o tempo em que a generalização do ensino estava no quente, bem assim a aposta política de fundo na formação de quadros nacionais. Ninguém nega que essa aposta produziu resultados. Centenas de jovens foram partindo para países diferentes, cada um mais longínquo do que o outro, a fim de prosseguir os seus estudos. Os custos financeiros eram, no essencial, um encargo do Estado (o mecanismo das Bolsas de Estudo). O contexto da época favorecia a cooperação internacional neste domínio particular. Enquanto país, soubemos tirar partido desse contexto e é altamente louvável o que temos como resultado. Ou seja, um património valioso no que se refere a recursos humanos qualificados.

A realidade que temos hoje é diferente. Continua a haver jovens que vão fazer os seus estudos superiores no estrangeiro, mas há também (e felizmente!) muitos deles que já fazem esses estudos (e, neste ponto, sequer tenho em conta as post-graduações) no nosso próprio país. Ao que parece, esta segunda parcela já é superior à metade do contingente global. Trata-se de um avanço magnífico. Temos de o considerar na sua justa medida. Penso que este ponto é fundamental para uma discussão que, construtivamente, queira “partir a louça” sobre o que ainda esteja mal, sobre o que terá eventualmente sido mal projectado, sobre o que mereça queixas dos estudantes, e por aí adiante. Pessoalmente, gosto de ver as questões em perspectiva, razão por que pergunto sempre pelo ponto de partida e pelo caminho percorrido.

Que leituras fazer disso (desse tal avanço)? Antes de mais, existe uma já considerável oferta “doméstica” e ela é garantida por instituições públicas e privadas. Neste contexto, um desenvolvimento de peso foi a criação da Universidade Pública de Cabo Verde, seguindo um modelo que tem em conta a nossa condição de país-ilhas, assume a experiência nacional já relativamente antiga de ensino superior público e tem em mira o bom aproveitamento das capacidades existentes na nossa Diáspora. A UniCV tem sido referida como sendo (ou melhor, como desenhada para ser) uma instituição de referência. Por outro lado, creio que nunca será excessivo enaltecer o papel das instituições privadas e o que elas representam de empenhamento e dedicação à causa do Ensino de que dão provas os seus promotores.

Desejo sublinhar o seguinte: o Ensino Superior é uma peça incontornável desse tal Cabo Verde moderno e competitivo de que amiúde falamos – porventura nós todos, mas sobretudo os que estão ao nível do discurso político. Ensino Superior de qualidade, importa dizer por inteiro. Nem assim-assim, nem mais ou menos. De qualidade, e ponto final. A mediania não é a meta. É crucial que a marca de qualidade se afirme desde o início. Bem sei da nossa afeição pelo facilitismo, mas a verdade é que há domínios em que isso “não dá”. O ES é um deles. De resto, as fornadas que forem saíndo do nosso ES têm à frente um constrangimento de monta que é a pequenez do mercado nacional, pelo que terão também de contar com a eventualidade de ter de ir enfrentar graus de competividade porventura mais exigentes noutras paragens. A prepósito, estaremos a conceder a devida atenção ao domínio de línguas estrangeiras (vg, o inglês)?

Será que existe uma correspondência (uma “concordância prática”) entre esse discurso e a forma como o processo está a evoluir? Não disponho de suficientes indicadores para avaliar. Acredito na dedicação e no saber dos que estão ligados a esta matéria. E designadamente na atenção que concedem à problemática da avaliação da qualidade (do sistema). Mas, ao falar de indicadores, estou a pensar em, por exemplo: calendários definidos, evolução do corpo docente, qualidade do parque físico existente, fiabilidade das unidades de investigação e estudo (laboratórios, bibliotecas), recursos financeiros disponibilizados, intensidade da cooperação científica internacional, nível dos formandos/ formados, grau de absorção pelo mercado de trabalho, “sintonia” entre a oferta existente e as necessidades do mercado (sectores público e privado), entre outros.

Por certo que a exigência de qualidade não deve ser feita de forma desgarrada. O Ensino Superior não é uma peça isolada. Tal exigência deve igualmente dirigir-se aos outros patamares de Ensino precedentes ou prévios. Ou seja, é fundamental que não se peça ao ES que faça o que tem de ser feito antes. Temos de saber se os estudantes estão a sair do Ensino Secundário suficientemente preparados. Não raro aponta-se como exemplo ou sinal de impreparação o fraco domínio da língua portuguesa, enquanto instrumento de comunicação e estudo. Este é um tópico que dá pano para muitas mangas e, importa notar, trata-se de um problema que vai existindo um pouco pela generalidade dos países que têm o português em comum. Agora, certamente que uma eventual deficiente preparação prévia não se analisa apenas por este ângulo (exemplificado).

Parece-me dever ser chamado à liça o seguinte aspecto: será que a nossa sociedade está a oferecer a envolvência cultural e a interacção crítica tão necessárias à afirmação de um sentido académico (científico, melhor)? Que nisso de qualidade e rigor, não se poderá querer que o ES seja assim um, digamos, oásis.

Como quer que seja, temos de, enquanto país, saber se não estaremos a, objectivamente, caminhar para um como que afunilamento para o ES. Dito de outro modo, em termos de saídas profissionais ou de vias de garantia do futuro pessoal, estará, por exemplo, o Ensino Técnico-Profissional a exercer suficiente atractividade? Esse afunilamento não cria disfunções com o mercado? Estaremos a preparar contingentes de determinada mão-de-obra tão essencial para a tal competitividade da economia e do país? Os investimentos reais que vêm sendo feitos no ETP estarão a conseguir quebrar/ inverter/ contrabalançar essa apetência pelo ES?

Um ponto que suscita a atenção dos mais directamente interessados é o dos custos. Fica muito caro estudar, diz-se. Será possível reduzir esses custos? Estarão já desenhados e em funcionamento todos os mecanismos de apoio pertinentes? Estarão as instituições com vocação para o crédito já suficientemente envolvidas? Em que medida é motivador o “estatuto” de trabalhador-estudante? Dará já o sistema fiscal suficiente guarida a esta realidade que é o ES? Acredito que, de per se, este tema dos custos já daria para fazer sentar à mesa e conversar o Estado, as instituicões de ES públicas e privadas, estudantes, pais e encarregados de educação, agentes do sector financeiro, e eventualmente outros. Quando se levanta, responsavelmente, o problema dos custos é porque algo pode não estar bem no plano do direito ao acesso. E isto é fundamental.

Aqui chegado, suspendo estas minhas notas. Tentarei regressar à discussão logo mais.

Participam neste debate do Blog Joint os seguintes confrades:
Bianda
Ku Frontalidade
Teatrakacia
Café Margoso
Geração 20 J 73
Blogue di Nhu Naxu
Tempo de Lobos

sábado, janeiro 24, 2009

Regulando o digital?

Parece-me oportuna essa discussão em torno da ideia de estabelecer o estatuto do Editor de Imprensa Digital. O debate sobre este assunto vai estando aceso em França e creio ser algo a seguir com interesse. Indepedentemente do apuramento final sobre se tal estatuto se aplicará ou não aos Blogueiros (o que me parece de todo em todo problemático, desde logo porque brigaria com a essência mesma do bloguismo), ao menos para quem tenha um pouco de contacto com o vasto mundo da informação digital resulta clara a necessidade de haver uma que outra baliza a ter em conta por quem deseje entrar e estar neste new game in town com alguma, vá lá, mesura. O que é salutar também desde o ângulo do leitor/ consumidor. No dizer do presidente Sarkozy (defensor desse tal estatuto) , o facto de se tratar de imprensa online não deve tornar-nos irresponsáveis (“Ce n’est pas parce qu’on est sur Internet qu’on doit être irresponsable”) . De onde que esse estatuto deverá configurar “um exigente regime de responsabilidade”. No fundo, balizas deontológicas. Ou uma re-centragem jornalística dos... jornais online. De resto, a discussão tem ligações naturais com o muito que, de há longa data, tem sido dito e escrito à prepósito da imprensa “clássica”. Não é bem o nosso caso, mas há países onde a utilização da imprensa digital tem sido de tal forma empenhada, entusiástica e “livre” que são frequentes os conflitos com outros valores/ interesses (a dignidade pessoal de outrem, o bom nome, o direito à intimidade). É possível ou desejável que assim não seja? Será razoável ou pertinente pretender tais parâmetros? Para já, importa prestar atenção às razões de uns e de outros. Que todos falam de liberdade. Terçando armas pela mesma dama ou o mesmo nome para damas diferentes?

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Menos 1

Naturalmente que é uma boa notícia: Laurent Nkunda preso. Demorou, mas já está. Porventura este General de 41 anos de idade, auto-intitulado “Presidente do Congo”, julgava-se inatingível. Resta agora que a Justiça funcione e ele responda pelos Crimes contra a Humanidde que lhe são imputados. As vítimas das suas acções, essas, são inúmeras. E é terrível como figuras dessas ainda vão aparecendo.

20 anos sem o Muro


Neste ano de 2009 assinala-se o vigésimo aniversário da queda do Muro de Berlim. Até parece que foi ontem. Tão vertiginosos têm sido os acontecimentos desde então. Até parece que foi ontem que o Maestro Rostropovich veio com o seu cello saudar esse momento histórico, tocando uma suite de Bach enquanto o muro vinha abaixo. Melhor: enquanto um novo tempo se erguia. A verdade é que o mundo de hoje é profundamente outro.



Revisão Constitucional: pelo Crioulo


“ O artigo 9º da Constituição passa a ter a seguinte redacção:

Artigo 9º
“ (Línguas da República)

1. São línguas oficiais da República o Cabo-verdiano, língua materna, e o Português.

2. Todos os cidadãos nacionais têm o dever de conhecer as línguas oficiais da República e o direito de usá-las.

3. O Estado promove as condições para a plena utilização das línguas oficiais.”

Extraído do Projecto de Revisão Constitucional apresentado pelo Grupo Parlamentar do PAICV.
Para ler o Projecto na íntegra, 1 click no logo mais abaixo.
Caso para dizer: bravo!
Na verdade, regozijo-me com isto que se propoe seja o novo conteúdo do artigo 9º da Lei Fundamental. Creio que se trata de uma excelente base para acordo. Que, aliás, urge quebrar o enguiço e seguir caminho com este processo da oficialização da nossa língua materna.
Quanto ao fundo da matéria, a minha opinião vem expressa na intervenção que fiz perante a Conferência Nacional dos Direitos Humanos, Praia, Junho de 2003. Esse texto consta do meu “Cidadania e Liberdade – palavras que escrevi”, Spleen Edições e Biblioteca Nacional, 2005.

Rã(zia)

Anualmente, um milhão de rãs cai nas malhas do consumo humano. Em particular, diz-se que as pernas são muito apreciadas. A par do apetite humano, as mudanças climáticas e doenças fazem com que esses anfíbios sejam a espécie animal mais ameaçada do planeta. Convenhamos que é preciso muita acrobacia para resistir.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Obama ordena

Mediante “Executive Orders” hoje assinadas, o Presidente Barack Obama determinou:
1. O encerramento de prisões secretas e campos de detenção;
2. A supressão de métodos coercivos de interrogatório (tortura);
3. O encerramento do centro de detenção em Guantanamo dentro de um ano
(desse centro as grilhetas na foto).
Trata-se de um corte radical com a Administração precedente e mais um forte sinal do empenho de Obama em restaurar a credibilidade do país na arena internacional.
No acto de assinatura dessas Ordens, O Presidente Obama fez-se acompanhar por 16 Generais e Almirantes já reformados que, durante meses, se opuseram frontalmente à utilização dos tais métodos coercivos.

Neves enaltece Cabral

Na passagem de mais um 20 de Janeiro, o feriado nacional que Cabo Verde dedica a Amílcar Cabral e aos Heróis Nacionais, o Dr. José Maria Neves, Primeiro Ministro e presidente do PAICV, “reincide” no seu interesse e entusiasmo pelo legado de Cabral. O resultado é este texto que, com a devida vénia, aqui se insere.

"Cabral considera que um dos objectivos da resistência cultural é a elevação constante da consciência política e moral do povo, do patriotismo, do espírito de sacrifício, da dedicação à causa da Independência, da justiça e do progresso.

Para Cabral há alguns valores nobres que devem nortear a acção dos partidos políticos no exercício da sua função pedagógica e a acção dos actores políticos. Cabral referiu-se, em vários momentos, relativamente ao exercício do poder, mas num momento particular falou do suicídio da pequena burguesia. Para ele, a pequena burguesia após a independência, no exercício do poder, devia renunciar aos seus interesses e apetências de classe para servir a causa comum.

Nesta ideia de Cabral estriba-se toda a dimensão ética do homem e toda a sua perspectiva em relação ao exercício do poder, que deve servir para realizar o bem comum com honestidade, decência e patriotismo, renunciar a determinados interesses, para no exercício do poder, servir a maioria, servir os interesses do povo e realizar a causa comum. E daí, os princípios da generosidade, da humildade, do espírito de sacrifício e, também, de um profundo sentido de tolerância, de respeito pelo outro e da necessidade de diálogo.

Cabral dizia que, não se pode impor a felicidade às pessoas, recusando assim, o paternalismo, a ideia de qualquer forma de autoritarismo, propugnando antes o diálogo, estribando-se no princípio da tolerância, no respeito pelo outro, pelas minorias para que, com honestidade, com patriotismo, com seriedade se realize o bem comum.

Uma das preocupações de Cabral era também o rumo da revolução africana. Na altura, ele dizia que não devemos esquecer que a situação concreta de África e a experiência já vivida pela revolução africana, exige, para além da liquidação total do colonialismo, a construção do progresso do povo. “Estamos convencidos de que se o progresso não se pode realizar sem a liquidação total do colonialismo e das suas sequelas, sem a independência real, também é certo, que os povos africanos não poderiam compreender esta independência, se tivessem de continuar a levar uma vida miserável e cheia de sofrimento”.

A ideia de Cabral é que a independência, para além do hino e da bandeira, devia superar o colonialismo. Não se poderia realizar a independência para que as pessoas passassem a viver pior do que viviam na época do colonialismo, era preciso superar o colonialismo, era preciso ter ambição e ir muito mais além da construção da dignidade das pessoas. Não será esta a ideia que moveu aqueles que no PAIGC/PAICV assumiram as rédeas do poder após a independência?

Cabral referia-se também à crise do conhecimento na promoção africana. Em vários casos, dizia ele, a prática da luta de libertação nacional e as perspectivas do futuro, apresentam-se, não só desprovidas de uma base teórica, como também, mais ou menos desligadas da realidade concreta do meio. Cabral estava preocupado com a crise do conhecimento em África. Referindo-se à luta de libertação nacional e às perspectivas do seu desenvolvimento, preocupava-o a falta de visão. E, segundo ele, para superarmos o colonialismo temos que ter uma forte visão e uma forte agenda de transformação. Dessas ideias de Cabral podemos dizer que uma liderança africana, hoje, terá que ter uma visão, um profundo sentido ético na governação, uma forte consciência ecológica com forte sensibilidade social, mas sobretudo, deve colocar-se ao serviço do progresso e do bem-estar social.

Cabral, em vários textos, mostrou ser um profundo admirador dos ideais libertários dos fundadores da independência dos Estados Unidos da América. Hoje, num texto de David Borges, no Diário de Notícias, em Portugal, ele fez referência que Cabral considerava Jefferson, Lincoln e Roosevelt como patrimónios não só dos Estados Unidos, mas também, da humanidade. Sabemos todos dos ideais libertários de Jefferson, sabemos todos que Lincoln foi morto porque defendia os direitos civis, o direito dos negros poderem participar nas eleições. Daí, o tributo de Obama a Lincoln no acto da sua tomada de posse, amanhã, (20.01.09) nos Estados Unidos. Sabemos que Roosevelt, em 1932, foi o primeiro Presidente a criar um gabinete para atender as questões que se prendiam com os direitos dos negros nos Estados Unidos da América.

Cabral pensou, também, em vários momentos sobre a construção do Estado, após a independência. Há dias, numa conversa com o Camarada Aristides Pereira, ele dizia-me que um dia, vendo um combatente que não sabia ler, nem escrever, com uma arma na mão, Cabral disse-lhe: Estais a imaginar este combatente após a libertação deste país? Estais a imaginar o choque que estamos a provocar neste homem, ao aprender a manejar esta arma e a lutar pela independência? Qual será a atitude dele apôs a independência? Esta luta não será alguma violência em relação a determinadas pessoas que nela participam? Uma preocupação profunda de Cabral com os aspectos culturais da luta, com a conscientização das pessoas para este processo libertário.

Cabral no seu pensamento sobre a construção do Estado, refiro-me mais uma vez, ao discurso de Amílcar Cabral após o golpe na Guiné Conacry em que ele falava sobre a traição, as condições do exercício do poder em África e do porquê desta traição!? Porque que há condições para emergir a traição no seio dos que lutaram pela independência!? Será que as condições da África e da República da Guiné, em particular, não estão de acordo com o tipo de política que se está a fazer? Um partido, um governo, governadores, etc!? Será que esses homens ou essas mulheres que pretendem fazer partidos, governos, com governadores, secretários, etc, estão enganados? Ou será que não pode ser assim em África? As perguntas que Estado, que sistema político, as indagações de Cabral nessa altura! Não temos as respostas, mas temos as perguntas! É fundamental ler este texto de Amílcar Cabral.

Cabral considerava que era preciso construir a modernidade, não podemos estar isolados, era preciso garantir a inserção activa no mundo! Cabral propugnava, na perspectiva da construção do progresso económico e social do povo, o desenvolvimento com base numa assimilação crítica das conquistas da humanidade, de uma cultura universal pendente a uma progressiva integração no mundo actual e nas perspectivas da sua evolução.

Não temos as respostas para os desafios de hoje, mas podemos fazer as perguntas: Estamos a cumprir os desígnios de Cabral? Valeu a pena Cabral ter morrido pela libertação, pela nossa independência? Estamos a prestar um tributo merecido a Cabral, a todos os heróis nacionais e aos combatentes de liberdade da Pátria? Acho que sim, temos cumprido. Nos 15 anos após a independência agilizamos o país, construímos os alicerces do Estado. O PAICV, aqueles que estiveram com Cabral e todos aqueles outros que foram mobilizados pelos ideais de Cabral trabalharam para realizar o bem comum, sobretudo, com honestidade, com decência e patriotismo, como dizia Cabral.

Mais do que isso: estavam profundamente imbuídos desta ideia de que a independência não era só o hino e a bandeira. As pessoas não entenderiam a independência se vivessem pior do que antes. Cumprimos os desígnios de Cabral. Definitivamente, hoje vivemos muito melhor de que antes da independência. Não há comparação possível. Eu poderia dizer: Cabral, nós cumprimos, os teus companheiros chegaram a Cabo Verde e deram continuidade a tua luta, aos teus ideais e, continuamos a cumprir, seguimos cumprindo. Cabral podia dizer - estou a chegar de Cuba - hasta siempre!

Nós temos a Iª República, temos a transição para democracia, quando 15 anos depois os interesses de diferentes grupos sociais emergiram, mais pluralismo na sociedade, confronto de projectos alternativos de sociedade e era preciso permitir que o povo pronunciasse e o povo pronunciou. Cabral dizia que não é possível impor a felicidade às pessoas. O PAICV protagonizou o processo de transição para a democracia com sucesso e foi elogiado no mundo porque o PAICV cumpriu os ideais de Cabral. Hoje estamos a gerir um ambicioso processo de transformação de Cabo Verde.

E posso afirmar que é nos ideais de Cabral que estão estribados os ideários deste PAICV do século XXI, deste novo PAICV. Ele é novo para enfrentarmos os desafios de hoje, mas sempre estribados nesses valores, nesses princípios de Amílcar Cabral, numa perspectiva permanente de indagarmos sobre o que fazer para realizarmos o bem comum, o que fazer para melhorar continuamente a qualidade de vida das pessoas.

Hoje seguir Cabral é continuar governando com ética, é consolidar a democracia, é respeitar as regras do jogo democrático, respeitar os princípios da tolerância, respeitar as minorias, ou seja governar, em diálogo e velar pela qualidade da democracia. Seguir Cabral é construir consensos sobre as grandes questões nacionais para realizar o bem comum. Para continuar Cabral é preciso garantir a inserção competitiva de Cabo Verde na economia global, desenvolver o país e construir uma sociedade de liberdade. Continuar Cabral é continuar a defender os princípios de mais igualdade, de mais liberdade, de mais solidariedade, onde todos possam viver bem e com dignidade.

Na linha de Amílcar Cabral, devemos continuar hoje a governar para todos, com humildade, tolerância, aprendendo sempre para que possamos superar os desafios que temos pela frente.

O PAICV vai continuar a cumprir para dignificar todos aqueles que com Cabral lutaram pela independência e que souberam trazer até hoje este facho que é de todas as liberdades, que é da construção de uma maior dignidade para todas as mulheres e todos os homens destas ilhas.

Juramos a Cabral que vamos continuar nesta linha."

Silent guns

Incisivo este Editorial do NYT.

E ficou mesmo

Por certo que houve uma mãozinha da crise, mas a verdade é que a renomada construtora japonesa Toyota é agora a líder mundial da indústria automóvel. A General Motors perde, assim, o lugar que ocupou nos últimos 77 anos. Só em 2008, a Toyota vendeu algo como 8,92 milhões de veículos, tendo a GM ficado pelos 8,35 milhões.
Lá dizia a campanha há uns bons anitos: veio para ficar.
Na foto: esse coupé impecável que é o Camry Solara.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Hillary

Com 94 votos a favor e 2 contra, Hillary Clinton acaba de ser confirmada pelo plenário do Senado como a Secretária de Estado da Administração Obama, sendo que amanhã, Quinta-Feira, ela já terá o seu primeiro dia no Departamento de Estado.

Renovação e Reconciliação

Na sua primeira “Proclamação”, o Presidente Barack Obama teve por bem considerar o 20 de Janeiro como o Dia da Renovação e Reconciliação.
Mais apelou aos seus concidadão a servir-se uns aos outros e a servir a causa comum de reconstruir a Nação americana para o novo século.
O texto na íntegra:

A PROCLAMATION

As I take the sacred oath of the highest office in the land, I am humbled by the responsibility placed upon my shoulders, renewed by the courage and decency of the American people, and fortified by my faith in an awesome God.


We are in the midst of a season of trial. Our Nation is being tested, and our people know great uncertainty. Yet the story of America is one of renewal in the face of adversity, reconciliation in a time of discord, and we know that there is a purpose for everything under heaven.

On this Inauguration Day, we are reminded that we are heirs to over two centuries of American democracy, and that this legacy is not simply a birthright -- it is a glorious burden. Now it falls to us to come together as a people to carry it forward once more.

So in the words of President Abraham Lincoln, let us remember that: "The mystic chords of memory, stretching from every battlefield and patriot grave to every living heart and hearthstone all over this broad land, will yet swell the chorus of the Union, when again touched, as surely they will be, by the better angels of our nature."

NOW, THEREFORE, I, BARACK OBAMA, President of the United States of America, by the authority vested in me by the Constitution and laws of the United States, do hereby proclaim January 20, 2009, a National Day of Renewal and Reconciliation, and call upon all of our citizens to serve one another and the common purpose of remaking this Nation for our new century.

IN WITNESS WHEREOF, I have hereunto set my hand this twentieth day of January, in the year of our Lord two thousand nine, and of the Independence of the United States of America the two hundred and thirty-third.
Fonte: site da Casa Branca

Guantanamo: o começo do fim

Menos de 24 horas após a sua investidura, o Presidente Barack Obama já deu o sinal de viragem relativamente a Guantanamo. Para já, a suspensão dos processos judiciais por terrorismo durante um período de 120 dias (até 20 de Maio), tempo que deverá servir para uma reavaliação geral e decisão final sobre o futuro desse centro. Ainda não é o fim, mas já é um começo.

terça-feira, janeiro 20, 2009

O discurso

No jornal Público encontra-se a versão, em língua portuguesa, do texto do discurso do Presidente Barack Obama.

Ted Kennedy

O Senador Edward Kennedy, de 76 anos de idade, prometeu e cumpriu: esteve presente, visivelmente feliz. Merecidamente feliz. Ele que tem sido um apoiante firme e entusiasta de Obama. Mais tarde, durante o almoço após a cerimónia de investidura, sentiu-se mal. Desmaiou. Teve de ser assistido e saiu de maca. Porventura as emoções mexeram com a doença de que vem padecendo. Melhoras para ele.

Liberdade económica: Cabo Verde sobe

Uma excelente notícia, sem dúvida, é a forma como Cabo Verde vem avaliado no "2009 Index of Economic Freedom".
Tal Index é da responsabilidade da US Heritage Foundation e do Wall Street Journal.
Num universo de 179 países, cabe-nos o lugar 77, com 61.3 pontos (uma subida de 3.4 pontos desde a avaliação precedente, em 2008).
Isto significa que estamos no segundo lugar (a seguir a Portugal) no grupo dos países de língua portuguesa, e no sétimo em toda a África (os seis primeiros são: Maurícias, Botswana, África do Sul, Uganda, Namíbia, Madagascar).
Preocupado com a liberdade dos agentes económicos, o Index analisa matérias como mercado do trabalho, fisco, sector financeiro, investimentos, direitos de propriedade, comércio e negócios.
Para ver em pormenor a ficha relativa a Cabo Verde, aqui.

OBAMA: day one


Tem sido um dia extraordinário, este da investidura do Presidente Barack Obama. Dois milhões de pessoas convergiram para DC. Nunca vi o National Mall tão bonito, colorido e pleno de emoções. Festa, no sentido pleno da palavra. O discurso de Obama foi relativamente breve, mas bastante forte. Em particular, apreciei imenso o modo como o novo Presidente recolocou a agenda externa do seu país, chamando para o seu indeclinável lugar os valores, os princípios. Desde logo, a ideia do Estado de Direito e o quão importa ser fiel a essa ideia, sobretudo em tempos de grandes desafios. Só por aí é que a América poderá pretender-se "ready to lead once more". Qual será a tradução prática disso nos próximos tempos (ou a rapidez com que isso acontecerá), eis um aspecto a seguir. Um grande teste é, seguramente, o do encerramento do centro em Guantanamo.
De resto, a cerimónia foi essa demonstração de civilidade política e solidez institucional que só uma grande democracia é capaz de assegurar. Motivo de orgulho para os americanos e para todos quantos nutrem sincera amizade e admiração pela América.
Ah, claro: a voz da grande Aretha Franklin lá esteve para nos recordar que, afinal, há nisto tudo um longo e doloroso caminho percorrido.
Para o bem da América, do seu povo, mas também da comunidade internacional no seu todo, urge que Obama tenha todo o sucesso deste mundo. God bless!




Cabral

Amílcar Cabral
12 de Setembro de 1924 – 20 de Janeiro de 1973.
Coincidência feliz, esta de a investidura de Barack Obama ocorrer no dia em que se celebra o legado de Cabral. Um legado de luta pela liberdade e pela dignidade da pessoa humana.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Shut down!

Numa manifestação em Roma, no dia 17, a Amnistia Internacional voltou a, muito correctamente, aquecer a nota no sentido do encerramento do campo em Guantanamo, o tal de triste record. Com efeito, urge que o sentido de respeito pela pessoa humana e o da decência nas questões de Estado falem mais alto nesta matéria. Concorrentemente, importa ter em conta o apelo que a Human Rights Watch dirige a Barack Obama no sentido de uma atenção particular aos Direitos Humanos.


sábado, janeiro 17, 2009

Gaza, ainda

Era um cenário possível: que houvesse, unilateralmente, uma decisão de “parar” a investida mortífera assim mais ou menos nas vésperas da investidura do novo inquilino da Casa Branca. Por outro lado, é compreensível que, do lado palestiniano, se recuse um tal “gesto magnânimo”, pois que ele não significa o fim da ocupação. Uma luzinha no fundo do túnel? Acredite quem quiser.
Entretanto, a título de registo, transcrevo o pronunciamento das autoridades cabo-verdianas sobre o conflito:

"O Governo de Cabo Verde tem acompanhado com forte consternação a situação humanitária prevalecente na faixa de Gaza com perdas humanas em grande proporção, incluindo civis inocentes. Nesta linha, apoia o apelo ao estabelecimento de um cessar – fogo imediato e a retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza, como resulta claramente da Resolução 1860 do Conselho de Segurança.

Cabo Verde considera que os massivos e desproporcionais ataques de Israel à faixa de Gaza constituem violação do direito internacional humanitário, agravam a já difícil situação humanitária das populações civis nesse território, exacerbam as tensões na sub-região e criam um clima favorável ao desenvolvimento do extremismo.

Por tudo o que precede, e atenta a iminência de uma radicalização cada vez maior do conflito com consequências imprevisíveis, Cabo Verde considera não existir uma solução militar para o conflito, do mesmo passo que felicita e encoraja as pertinentes iniciativas diplomáticas em curso.

Neste particular Cabo Verde expressa a sua preocupação face ao não cumprimento das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e ao desrespeito do direito internacional em vigor, que perpetuam situações intoleráveis de sofrimento humano e conduzem ao descrédito do sistema multilateral de governação das relações internacionais com base nas disposições pertinentes da Carta das Nações Unidas.

Cabo Verde considera o cessar-fogo imediato e o fim das hostilidades, condições prévias para uma negociação sincera e leal, objectivando a criação de um Estado Palestiniano viável, independente e democrático, a conviver em paz e segurança com o Estado de Israel e demais vizinhos, no interesse da região, e de toda a Comunidade Internacional.

Enfim, Cabo Verde confia que as autoridades israelitas saberão escutar a voz da razão e os apelos dos seus próprios amigos e da Comunidade Internacional, que afinal podem constituir o garante para uma paz duradoura, condição necessária para o aprofundamento de relações de confiança com os seus vizinhos mais próximos na base do reconhecimento e respeito mútuos e da promoção de interesses recíprocos.

Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, na Praia, 15 de Janeiro de 2009"

1 Cartoon

quinta-feira, janeiro 15, 2009

1 Presidente na net

Acaba de ser dada a conhecer. É a Foto Oficial do Presidente Barack Obama, da autoria de Pete Souza, novo Fotógrafo Oficial da Casa Branca. Pela primeira vez, tal tipo de foto é tirada com uma câmara digital.
Entretanto, tudo indica que Obama será o primeiro presidente americano a utilizar a internet para manter comunicação directa com os seus concidadãos, na linha, aliás, do judicioso uso que, durante a campanha, fez da chamada “social networking”.
De reparar que ele tem mais de um milhão de amigos no seu MySpace e mais de 3.7 milhões apoiantes na sua página no Facebook.

ATT

Há bocado, ouvi o presidente Amadou Toumani Touré, do Mali, discorrer sobre a nossa problemática região oeste-africana. Conflitos, os corredores da droga, o tráfico de seres humanos, eventuais nichos de terrorismo, as iniciativas regionais de manutenção da Paz, entre outros assuntos. Não propriamente uma reflexão “académica”, antes o testemunho de alguém profundamente envolvido com o quente dessas questões. Destaco duas notas: no tocante à luta contra o terrorismo, o apelo que ATT faz no sentido de uma atenção séria aos sinais que vão acontecendo na região, sob pena de um desenvolvimento tipo-Afeganistão; e, no que se refere ao desenvolvimento e à democracia, uma como que crença numa mudança de gerações como uma conditio sem a qual. Pareceu-me um discurso sincero e reforçou a boa opinião que já tinha desse PR que tem sido uma trave da história recente do seu país.