sábado, janeiro 24, 2009

Regulando o digital?

Parece-me oportuna essa discussão em torno da ideia de estabelecer o estatuto do Editor de Imprensa Digital. O debate sobre este assunto vai estando aceso em França e creio ser algo a seguir com interesse. Indepedentemente do apuramento final sobre se tal estatuto se aplicará ou não aos Blogueiros (o que me parece de todo em todo problemático, desde logo porque brigaria com a essência mesma do bloguismo), ao menos para quem tenha um pouco de contacto com o vasto mundo da informação digital resulta clara a necessidade de haver uma que outra baliza a ter em conta por quem deseje entrar e estar neste new game in town com alguma, vá lá, mesura. O que é salutar também desde o ângulo do leitor/ consumidor. No dizer do presidente Sarkozy (defensor desse tal estatuto) , o facto de se tratar de imprensa online não deve tornar-nos irresponsáveis (“Ce n’est pas parce qu’on est sur Internet qu’on doit être irresponsable”) . De onde que esse estatuto deverá configurar “um exigente regime de responsabilidade”. No fundo, balizas deontológicas. Ou uma re-centragem jornalística dos... jornais online. De resto, a discussão tem ligações naturais com o muito que, de há longa data, tem sido dito e escrito à prepósito da imprensa “clássica”. Não é bem o nosso caso, mas há países onde a utilização da imprensa digital tem sido de tal forma empenhada, entusiástica e “livre” que são frequentes os conflitos com outros valores/ interesses (a dignidade pessoal de outrem, o bom nome, o direito à intimidade). É possível ou desejável que assim não seja? Será razoável ou pertinente pretender tais parâmetros? Para já, importa prestar atenção às razões de uns e de outros. Que todos falam de liberdade. Terçando armas pela mesma dama ou o mesmo nome para damas diferentes?

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