Pois que, em matéria de (in)segurança, há já alguns anos que o nosso país perdeu a inocência.
Já não é aquele arquipélago de tranquilidade pública em que muitos de nós ainda crescemos. Nem poderia ser, é evidente.
Passámos a ser uma socieadade (irremediavelmente) violenta? Não creio.
Um dos sinais dessa maior complexidade vem-nos justamente dos lados da criminalidade (ou da segurança pública).
Da criminalidade urbana, para ser mais preciso. A qual tem causas várias, já se sabe. Ou seja, são vários os caminhos que levarão à correcta compreensão do que estará por trás dessa criminalidade, e designadamente daquela que é protagonizada por jovens.
Apesar das medidas tomadas e/ou anunciadas pelos poderes públicos.
Mais do que dados estatísticos (números, fluxogramas, power-points), o decisivo é que os cidadãos se sintam seguros.
Ou seja, e continuando: está ganha a batalha pela segurança? Longe disso!
O certo é que as medidas de política pública têm de produzir efeitos duradouros, que é como quem diz: com uma perspectiva de futuro. Pelo que o investimento político tem de continuar. De resto, quenquer que analise a evolução do esforço financeiro público neste domínio da luta contra a criminalidade há-de concluir que esse investimento tem sido sincero.
A questão é a de saber por que razão os efeitos esperados tardam a acontecer.
Dito de outro modo, a segurança, pela sua importância e delicadeza, não deve ser um tópico mais na guerrilha político-partidária. Antes deve ser entendida como uma batalha de todos. E designadamente quando se impoe alguma serenidade para re-visitar as políticas e/ou abordagens que, pelos vistos, não estão a surtir efeito (com o ritmo que se impoe). A começar pelas bandas da inserção social. Ou melhor: da coesão social.
Aliás, como é patética essa conversa com ares de “científica” segundo a qual a insegurança prejudica a imagem externa do país e, upppssss, o turismo!...
E quem for “imagem interna”? E quem não for turista? No Country for Locals?
Convenhamos: os primeiros e principais beneficiários da segurança (da tranquilidade pública) têm de ser os que vivem no país, dia a dia, noite a noite.
Que a segurança também cabe nesse carrinho-de-compras que se chama bem-estar para todos!
Digamos que, “por vezes”, o discurso político é descuidado, pouco auto-vigilante.
Falta de vigilância essa que também se revela quando se reduz a (in)segurança a uma questão de polícia.
Se fosse, não haveria jamais polícia que chegasse...
E estaria um país todo a combater os efeitos. Ingloriamente.
Nesse tal combate multi-facetado pela segurança, certamente que faz falta, por exemplo, mais iluminação pública, mas igualmente mais algumas lâmpadas ao pé de certos resident-talkers.
Participam neste debate do Blog Joint os seguintes confrades:
Bianda
Ku Frontalidadi
Teatrakacia
Cafe Margoso
Geração 20j73
Blog di Nhu Naxu
Tempo de Lobos
Pedrabika
O Jornal da Hiena
NosBlogue
1 comentário:
Jorge,
de facto o que temos assistido é a "policialização" da segurança: todos os membros que passaram pelo MAI, sempre falaram de mais contingentes para a PN. Não é disso que se trata. O Brasil é um "estado policial" (policia militar, policia civil, policia federal, policia rodoviária, policia do exercito) e é o que é... e ha outros exemplos.
Planos de acção?? Acho que chegou a hora de "ficarmos" pela acção. sabemos onde se fabricam as armas, quem as fabrica e quem as compra. Sabemos por onde entram, como entram...sejamos rigidos. É preciso endurecer com a legislação?? que se faça! Rever os principios de concessao de posse de arma de fogo? também!
É notório que cada vez mais a violencia urbana é cometida por jovens. Responsabilizar os pais, puni-los, quando os criminosos sao menores e reavaliar a cultura da noite, fazer buscas. É preciso que o Estado "meta medo" aos bandidos, e nao deixar que os bandidos nos amedrontem...
Abraços,
EM
Enviar um comentário