quinta-feira, março 05, 2009

Trancas à porta

Conforme esta notícia, a União Africana está a admitir a possibilidade de criar uma força especial para intervenção em caso de golpes de Estado. Hum... Será por aí? Não creio. Porque os golpes não são uma “normalidade” para a qual se prepara como quem se poe em guarda para uma anunciada tempestade e, em seguida, porque a própria UA os recusa, no plano dos princípios. Há, isso sim, todo um trabalho de fôlego a fazer em ordem a que não haja, no espaço de cada Estado, razões para a subversão da ordem constitucional. Seria ajuízado não contornar os problemas de fundo. Pois que é aqui que as forças devem concentrar-se. Nas causas, ao cabo e ao resto. Agora: se pensarmos nos casos mais recentes (ocorridos aqui na nossa vizinhança oeste-africana) e no modo como o passar do tempo foi (vai) permitindo a consolidação das mudanças provocadas pelos golpes (“movimentos rectificadores”, na versão mais polida), digamos que a UA está, de algum modo, numa posição muito pouco confortável. De estar a engolir sapos, dir-se-ia. Talvez por isso queira entrar numa lógica de como que estar a trancar as portas de casas assaltadas.
Na foto: o novo boss de Conakry, Capitão Moussa Dadis Camara, com o PM Kabine Komara.

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