“Lembro-me, quando era miúdo, de me ter cruzado muitas vezes com um senhor que andava a grandes passadas, sempre a olhar para o chão e com gestos de eterno mau humor. Era don Jorge Alessandri, naquele tempo Presidente da República, homem de direita mas ilustrado, e caminhava sozinho pela rua em direcção a sua casa ou ao palácio presidencial, La Moneda, sem outra companhia para além de um par de carabineiros que o seguiam com muita discrição, em virtude de a presença policial incomodar o governante, que não tinha nada que temer, não roubara nem defraudara o fisco.
Quando esse homem assumiu a presidência era proprietário de um apartamento na calle Phillips. Quando deixou a presidência, o seu património era o mesmo, embora desvalorizado com o tempo.”
Luís Sepúlveda, Crónicas do Sul, Edições ASA, Porto, 2008.
Este livro oferece-se como uma leitura prazenteira para quem leve a sério as lutas da/pela cidadania e acredite na palavra escrita como veículo idóneo da indignação e arma pela liberdade.
Quando esse homem assumiu a presidência era proprietário de um apartamento na calle Phillips. Quando deixou a presidência, o seu património era o mesmo, embora desvalorizado com o tempo.”
Luís Sepúlveda, Crónicas do Sul, Edições ASA, Porto, 2008.
Este livro oferece-se como uma leitura prazenteira para quem leve a sério as lutas da/pela cidadania e acredite na palavra escrita como veículo idóneo da indignação e arma pela liberdade.
Sem comentários:
Enviar um comentário