sábado, janeiro 10, 2009

Dando notas às Democracias

Naturalmente que constitui motivo de satisfação o modo como o nosso país vem avaliado no Democracy Index 2008 do Economist Intelligence Unit. Tal Index apresenta-se assim como uma espécie de ordenação ou ranking dos países desde o ângulo da democracia. Ou melhor, uma avaliação de como a democracia se vai, ou não, entrando e afirmando em diferentes países, pois que o olhar é lançado mesmo sobre os chamados regimes autoritários. Aliás, e no que se refere ao processo de democratização, os próprios autores do estudo concluem que, no geral, há uma estagnação. Ora bem. Cabo Verde aparece na 34ª posição, o que, num universo de 167 casos avaliados, é bem bom. Agora, a minha questão é um pouco outra. Visto em pormenor o Index, pergunto: não poderíamos estar em melhor forma? O pelotão da frente é o das “full democracies”, e são 30. Nós estamos no segundo grupo, o das “flawed democracies” (imperfeitas; com falhas; defeituosas). Para uma fasquia de 10, temos um score global de 7.81. Desde logo, para tanto contribuem as baixas pontuações parcelares obtidas em matéria de “cultura política” (6.25) e de “participação política” (6.67). Ou muito me engano ou estes são domínios em que está perfeitamente ao nosso alcance fazer melhor. Mas, porventura esse é o lado mais estimulante de tal sorte de estudos: servir de alertas. Se os lermos com uma lógica de auto-contentamento ou de massagem para o ego colectivo, isso já será problema nosso.
Para o Index na íntegra,
aqui.

Sem comentários: