segunda-feira, junho 02, 2008

Siso de Navegante (2)

«Certamente que FDR estava correcto quando disse que “como Nação podemos orgulharmo-nos de ter bom coração; mas não podemos ter a mão leve”. Não podemos querer ajudar a África se ela, afinal, se revelar sem motivação para se ajudar a si mesma. Mas há tendências positivas em África, não raro ofuscadas pelas notícias de desesperança. A democracia alastra-se. Em vários pontos as economias estão a crescer. Temos de trabalhar sobre esses sinais de esperança e ajudar os líderes empenhados e os cidadãos um pouco por toda a África a construir o futuro melhor que eles, tal como nós, desejam tão ardentemente.
Ademais, estariamos a enganar-nos se pensassemos que, no dizer de um comentador, “precisamos aprender a ver a morte dos outros com pusilanimidade”, e não esperar consequências disso. A desordem favorece a desordem; a brutalidade para com os outros tende a repercutir-se sobre nós mesmos. E se razões morais são insuficientes para actuarmos quando há um continente em implosão, certamente que há razões de interesse para os Estados Unidos e os seus aliados se preocuparem com Estados falhados que não controlam os seus territórios , não combatem as epidemias e estão anestesiados pela guerra e a atrocidade. Foi num tal estado de ausência da lei que os Talibans tomaram conta do Afeganistão. Foi no Sudão, onde ocorre o lento genocídio da actualidade, que Bin Laden montou arraiais durante anos. É na miséria de alguns subúrbios anónimos que o próximo vírus assassino irá emergir.»
Barack Obama, The Audacity of Hope,

Three Rivers Press, NY, 2006

Sem comentários: