terça-feira, junho 17, 2008

Em jeito de palpite




A senegalesa Mariama Bâ é, como se sabe, uma das pioneiras da luta pela emancipação da Mulher Africana. Para não perder a perspectiva do caminho percorrido, vale bem a pena reler a “longa carta” dela, sobretudo nestes dias em que, de novo, volta à ribalta o problema da “suspensão” das alunas grávidas. Por vezes, fica-me a sensação de que, para “arrumar” certos assuntos, perdemos o sentido das referências de fundo. E não há mais de fundo do que a dignidade e a liberdade da pessoa humana. São valores perenes. As posições morais, essas, desfalecem-se com o tempo. Mesmo quando assumem a forma de normas. E é excelente que a questão esteja a ser re-centrada sob o ângulo do Direito à Educação. Não custa nada re-visitar este assunto e, quem sabe, corrigir a mão. Ou seja, “suspender” a auto-suficiência no ajuízar: admitir que a razão (ou parte dela) pode morar ao lado. E assim partir para o desenho de uma solução que não seja frequentemente questionada. Porque sentida (vivida) como injusta.

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