Aprecio bastante este livro. Por duas razões, fundamentalmente. Primeiro, pela forma como mostra que, a sustentar um discurso (cada discurso, cada public address) de um estadista (JFK, neste caso), há sempre um leque de razões e de opções. E, nesta medida, é uma obra de história sobre os anos Kennedy. E é-o de forma agradável; em segundo lugar, é um livro que, mostrando o quanto JFK foi um presidente que acreditava no valor da palavra enquanto instrumento da política, concede reconhecimento ao papel dos colaboradores mais póximos dele, desde logo os speechwriters. O mais proeminente destes foi, como é geralmente sublinhado, Ted Sorensen. Ainda há dias o Washington Post referia-se largamente a este facto. E não concluo sem perguntar: será que em Cabo Verde damos o devido valor aos pronunciamentos (escritos) dos políticos, dos titulares dos cargos políticos? A avaliar pelos textos, a resposta é negativa. Regra geral. Talvez seja já tempo de, seriamente, se discutir esta matéria com as assessorias. Subir a fasquia, no que aos “produtos” diz respeito. Impor uma busca de substância e de frescura. De qualidade, afinal.
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