quinta-feira, maio 29, 2008

E a morte não perguntou

Breve, brevíssima passagem por este mundo. Que nem uma pluma que paira o tempo apenas para nos prender ao seu rasto. Pois que a morte chegou à sucapa e levou a Lú Azevedo. Não perguntou. A ninguém. Não a mim. Teria dito que não. Mil vezes não. Mas quem sou eu para esperar que a morte me fale? Nada. Ninguém. Apenas esta saudade imensa. Esta tristeza tão funda. E a revolta, esta revolta que magoa qual lâmina cortante. Mas também a força para desejar que a Lú esteja bem, tranquila, com o mesmo sorriso nos olhos, a palavra marota, o riso solto. A força ainda para não chorar nesta hora de perda. Antes o carinho, esse carinho tão grande, o mesmo com que nos davamos as mãos e descíamos as ruas dessa Praia então pacata e inocente. Mas, sobretudo, a força para não ter forças para não chorar.

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